Projeto Madonna 2032

Retomei nessa semana as atividades do Projeto Corpinho de Madonna em 2032. Segunda voltei pro Pilates e hoje para a academia. A prof de Pilates ficou toda emocionada e até me deu um beijo quando contei que enquanto caminhava rumo ao altar eu ouvia a voz dela me dizendo "coloca as escápulas nos bolsos de trás da calça". Gente, essa técnica funciona muito. Vendo as fotos do casamento, percebi que fiquei bem menos corcunda do que eu sou. Então tenta aí! E pra quem não sabe o que é escápula, eu explico: é aquele osso que fica atrás do ombro e que insiste em parecer fora do lugar, principalemente em quem é "ossuda" como eu.

Já na academia a minha reestréia foi em uma aula chamada Ritmos. Ah se eu tivesse feito essa aula antes do casamento! Arrasaria ainda mais na dancinha. Mas tenho que confessar que na hora do mambo eu fui mal, muito mal. O meu trauma de não saber rebolar ressurgiu das trevas. Pra quem não sabe da história, conto aqui: quando eu dançava jazz, ficávamos quatro meses ensaiando o espetáculo de final de ano. E teve um ano em que me puxei muito. Chegava em casa e continuava ensaiando pra fazer bonito. E fazia toda a coreografia tão direitinho que me colocaram pra dançar na primeira fila, bem na frente de toda a turma. Eu me senti o máximo e passei meses anunciando pra toda a família que eu teria uma posição de destaque. Pois no último ensaio, já no palco onde seria o espetáculo, a professora percebeu que eu não sabia rebolar. E só por isso me colocou na terceira fila, lá no fundão. Vocês conseguem imaginar a minha frustração? Desde então fico nervosa quando ouço um ritmo que exige rebolado.

Na festa do casamento, lá pelas horas em que a galera já estava... digamos... soltinha, tocou um samba e eu dancei tudo o que podia. Um colega afro-descendente do Adriano me olhou e gritou no meu ouvido "tu tem sangue de negrão!". Na hora eu pensei que estava arrasando e fiquei contente de ter pelo menos alguma coisa de negrão neste corpo desbotado. E no meio de toda aquela adrenalina, decidi que um dia eu iria desfilar na Sapucaí. Hoje na academia, eu me dei conta de que ele só me disse isso porque aquele vestido enorme não deixava aparente o meu não-rebolado. Continuo querendo ir pra Sapucaí, mas na ala das baianas.